Após mais de um ano do início da pandemia, os educadores precisaram se renovar devido à nova rotina imposta pela covid-19. A presença das crianças no dia a dia precisou abrir espaço para o distanciamento social. A gravação de aulas virtuais simula a sala de aula. Enquanto a câmera e o microfone substituem o contato físico. Mas, nesse meio de mudanças, como fica a saúde mental do professor?
Pensando em oferecer uma experiência em grupo, a coordenação pedagógica da Associação promoveu um momento de vivência com todos os professores com a temática “Um novo normal: Cuidar do Cuidador”.
A Coordenadora Pedagógica da Associação Dom Bosco, Selene Gomes ressalta que esse momento chegou em um momento exatamente importante para as professoras.
“Nós como educadoras precisamos ter um olhar, um carinho, uma atenção para as questões psicológicas e emocionais de cada um”, declarou Selene.
Durante o período pandêmico, a educação foi uma das áreas mais afetadas. Desde a mudança do formato das atividades, as aulas migraram para o formato virtual e não houve mudanças desde então.
Segundo a psicóloga da Associação, Viviane Nunes (CRP 03/21344), responsável pelo momento, é preciso estar atento em todos os sinais de cansaço.
“Se eu não cuido de mim, se eu não presto atenção nos sinais que meu corpo apresenta, eu vou chegar na exaustão”, explicou. “Cuidar do cuidador é prestar atenção em você mesmo”.
Mas antes mesmo deste período de pandemia, a Organização Mundial do Trabalho (OIT) já havia sinalizado que os docentes eram as pessoas mais propensas à Síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento e sentimentos negativos pela rotina.
Formada majoritariamente por mulheres, a saúde mental da classe profissional deve ser tratada de forma mais atenta. Uma pesquisa da Nova Escola com 9.557 educadores, sendo 85% formado por mulheres, apontou que as profissionais se dividem entre as tarefas domésticas e profissionais, além de cuidar das atividades escolares e virtuais dos próprios filhos.
Segundo a psicóloga, a experiência foi muito proveitosa e o momento agora é de parar e analisar quais são os sintomas que podem prejudicar no desenvolvimento pessoal e da profissão.
“São pessoas que estão perdendo pessoas, não tem como a equipe não estar fragilizada. A ideia era dar aquele apoio e mostrar que todo mundo precisa cuidar de si mesmo”, ressaltou Viviane Nunes. “O educador está sempre voltado para o outro, é se olhar e saber como está se sentindo hoje, observar as relações”.